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O Castelo de Abrantes, também referido como Fortaleza de Abrantes, no Ribatejo, localiza-se nas freguesias de São João e São Vicente, povoação e concelho de Abrantes, distrito de Santarém, em Portugal.
Em posição dominante sobre uma colina à margem direita do rio Tejo, outrora constituindo a chamada Linha do Tejo, um conjunto de fortalezas que atualmente faz parte da Região de Turismo dos Templários.
Antecedentes Alguns autores acreditam que o seu sítio tenha sido ocupado desde a pré-história por um castro, conquistado, no âmbito da Invasão romana da Península Ibérica, no ano de 130 a.C., pelo cônsul Decimus Junius Brutus e ocupado posteriormente por Visigodos e Muçulmanos, argumentando que o sítio se constituía em uma encruzilhada de vias terrestres, justificando a sua ocupação e guarnição militar. Outros autores, ao contrário, compreendem que o médio curso do rio Tejo não possuiu, a rigor, qualquer organização ligada aos principais poderes peninsulares até ao século XII. O castelo medieval À época da Reconquista cristã da Península Ibérica, em 1118 ou 1148, a povoação foi conquistada aos mouros pelas forças de D. Afonso Henriques (1112-1185), que lhe determinou a reconstrução das defesas. As necessidades de defesa da chamada Linha do Tejo, valorizaram-lhe o sítio, num período em que a Ordem dos Templários dotava o médio curso do rio de uma impressionante linha defensiva, na qual se inscreveu. Resistiu, desse modo, ao assédio das forças do Califado Almóada sob o comando de Abem Jacob, as quais tiveram que se retirar sofrendo pesadas baixas. Em recompensa por esse feito heroico, recebeu do soberano a sua Carta de Foral (1179). Posteriormente, D. Afonso III (1248-1279) conferiu-lhe importantes melhoramentos na defesa, iniciados em 1250 e concluídos entre 1300 e 1303, já no reinado de D. Dinis (1279-1325), com destaque para a torre de Menagem e a ampliação das muralhas. Este monarca doou a vila a sua esposa, D. Isabel de Aragão, passando, a partir de então, a integrar o património das rainhas de Portugal. À época da crise de 1383-1385 alinhou-se ao lado das forças do Mestre de Avis, rezando a tradição que foi neste castelo que se tomou a decisão de dar combate às tropas de Castela em Aljubarrota. Sob o reinado de D. Manuel (1495-1521), a povoação recebeu o Foral Novo (1510). Na segunda metade do século XVI, o Castelo de Abrantes entrou em decadência, particularmente durante a Dinastia Filipina. A praça-forte setecentista No contexto da guerra da Restauração da Independência portuguesa, no último quartel do século XVII, D. Pedro II (1667-1706) determinou a sua reedificação, transformando a povoação e seu castelo medieval em uma moderna praça-forte abaluartada (Praça-forte de Abrantes), ao estilo Vauban. Para esse fim as muralhas medievais foram rebaixadas e reforçadas, tendo-lhes sido adossados dois meio-baluartes (1704). À época era reputada como "a chave da Província da Estremadura". No século XVIII, as instalações do castelo foram adaptadas para o uso como quartel, passando a aquartelar um regimento da Cavalaria Real. Posteriormente, entre 1792 e 1799, essas instalações foram ampliadas e ocupadas pela legião comandada pelo marquês de Alorna. Do século XIX aos nossos dias No início do século XIX, quando da Guerra Peninsular, a vila suportou, em duas ocasiões, a passagem das tropas napoleônicas: em 22 de Novembro de 1807, foi ocupada pelas tropas sob o comando do general Jean-Andoche Junot, agraciado com o título de duque de Abrantes (Março de 1808); em Outubro de 1810 foi reocupada, após a derrota das tropas sob o comando do marechal André Masséna nas Linhas de Torres. Posteriormente, as instalações do castelo foram desativadas como aquartelamento, dando lugar a um presídio militar, acarretando adulteração de estruturas. Em meados do século XX o conjunto foi classificado como Imóvel de Interesse Público por Decreto de Julho de 1957. No fim da década de 1960 foram encetadas obras de consolidação e restauro nas muralhas do castelo, que se estenderam até ao início da década de 1970, destacando-se a reconstrução parcial da antiga torre de menagem. Recentemente, a partir de 2002, formulou-se um projeto global de intervenção e de valorização do conjunto.